Canutama - Amazonas - Informações sobre a cidade

Município de Canutama
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Brasão desconhecido Bandeira desconhecida
Hino
Aniversário 10 de outubro
Fundação 1874
Gentílico canutamense
Lema
Prefeito(a) Ocivaldo Amorim (PP)
(2009 – 2012)
Localização

06° 32' 02" S 64° 22' 58" O06° 32' 02" S 64° 22' 58" O
Unidade federativa  Amazonas
Mesorregião Sul Amazonense IBGE/2008
Microrregião Purus IBGE/2008
Região metropolitana
Municípios limítrofes Lábrea, Tapauá, Pauini, Boca do Acre.
Distância até a capital Em linha reta, 620 km
Características geográficas
Área 29.946 km2 km²
População 11.948 hab. est. IBGE/2009
Densidade {{{densidade}}} hab./km²
Altitude 55 m
Clima quente e úmido
Fuso horário UTC-4
Indicadores
IDH 0,546 médio PNUD/2000
PIB R$ 57.425 IBGE/2005
PIB per capita R$ 5.010 IBGE/2007


Canutama é um município brasileiro do estado do Amazonas, localizada no sul do estado, na microrregião do Purus.

Durante os seus primórdios, recebeu várias denominações: em 1874, foi fundada com o nome de Nova Colônia de Bela Vista, e em 1891 passou a se chamar Vila de Nossa Senhora de Nazaré. Somente a partir de 1895 recebeu o nome atual, Canutama.

Índice

História

Fundação e povoamento

O povoamento e desenvolvimento do município de Canutama confunde-se com o início das explorações e expedições no Rio Purus. Este, um dos grandes afluentes do Rio Amazonas, começou a ser explorado no início da segunda metade do século XIX, tendo como pioneiros alguns coletores de drogas do sertão, muitos deles nordestinos.

O grande nome ligado à fundação do município de Canutama é o de Manuel Urbano da Encarnação, embora muitos nomes, como o de João Cametá, William Clandles, Serafim Salgado e Frei Pedro Coriana também estejam correlacionados e sejam notáveis.

Segundo relatos de antigos moradores, Canutama ainda viveu na "época dos coronéis". Os coronéis (os amazônicos) eram verdadeiros pioneiros, homens sob cuja responsabilidade eram entregues a colônia e os criados, para povoar e desenvolver a "vila". Na verdade, eram homens de "confiança" dos exploradores, bravos o bastante para decidirem ficar nas profundezas da selva amazônica, distantes do mundo urbanizado e moderno da época; às vezes, a viagem até à Província demorava meses. Em troca eles recebiam poderes de "coronel".

Em Canutama, assim como no Brasil colonial, o coronel era uma figura múltipla. Concentrava, na prática, os três poderes: era, ao mesmo tempo, uma "espécie" de "prefeito", de "delegado", "juiz" e "legislador". Um "coronel" canutamense bastante lembrado pela população local, e que inclusive dá nome à principal avenida de Canutama, é o "Coronel Botinelly".

A fundação e os nativos

Manuel Urbano da Encarnação era mestiço, porém bastante influente no Governo da Província (próximo a João Batista de Figueiredo Terreiro Aranha) e conhecido por sua consumada habilidade em explorar o Purus. Na época em que chefiou a sua expedição, sob a ordem de Terreiro Aranha, já viviam na região desse rio os índios Juma. E como ocorreu na Amazônia, de uma forma geral, o contato entre índios e não-índios foi inevitável e, como todos sabemos, o extermínio de grupos indígenas, também, assim como a intensa miscigenação entre indígenas e brancos, dando origem ao caboclo, o mestiço amazônico. Kroemer[2] Dizem que, embora os Jumas fossem conhecidos como uma população "guerreira", "sempre defendendo o seu território e evitando um contato permanente com os não-índios", a sua população foi diminuindo drástica e proporcionalmente ao avanço da "civilização"[3]. Um dos fatores que levou a isso foi a chegada de grandes barcos com migrantes nordestinos, para trabalhar no extrativismo, no Período Áureo da Borracha. O que ocorreu, a partir de então, foi um aumento do contato com os "brancos" e a diminuição de territórios indígenas, que já não eram tão numerosos quanto antes. Sabe-se também que "expedições punitivas eram organizadas por firmas colonizadoras, por companhias de navegação e proprietários de terras".

Uma tribo que não aceitava ser "amansada"

A região do Purus foi muito ligada a massacres de índios nos seus primórdios. Segundo o historiador Kroemer, houve, no rio Mucuim, entre os anos de 1940 e 1965, um extermínio sistemático do grupo indígena que ali vivia: os Juma. [4]

Rio Purus:um dos 10 maiores do mundo

Alguns antropólogos acreditam que os Juma já fizeram, outrora, parte do grupo Tupi-Kawahib, "um povo que migrou para a região do rio Madeira no século dezessete" [5]. E que logo após uma ou duas gerações, um grupo formado por 3 mil índios saíram desse grupo para formar a sua própria tribo. Eles se denominaram Juma, enquanto as tribos vizinhas os chamavam de "Povo Gigante dos Pés Grandes" [6].

Kroemer relata que moradores locais "conheciam" os Juma como sendo antropófagos e perversos. Há relatos de ataques de índios Juma a não-índios que causaram revoltas em Canutama. Em casos como esse, era comum a população local se organizar em grupos armados para exterminar os Juma. Por vezes, o delegado de polícia da cidade impedia tal ação. Inclusive, sabe-se de um relato de um grupo de peruanos trazidos a Canutama que efetuaram uma chacina no rio Jacaré. E ainda houve um juiz na cidade de Lábrea, por nome de Orlando Franca, homem de negócios, o qual ofereceu um "prêmio em dinheiro" para aquele que trouxesse "o maior número de orelhas de índios Juma"[7]. Conta a história que neste mesmo ano um grupo de 35 caçadores, autodenominados "o Batalhão da Vingança" marcharam em busca dos últimos assentamentos organizados por povos Juma. Fatos como esse foram noticiados até mesmo no Los Angeles Times [8].

De acordo com Kroemer [9], o etnocídio definitivo ocorreu no ano de 1964, no igarapé da Onça. Pouco antes disso, chegou a Canutama missionários do SIL —Summer Institute of Linguistics. No final da década de 70 eles formalizaram denúncia, pelo Jornal Porantin[10], definindo o que ocorrera em Canutama como "genocídio".

Ainda hoje índios vivem em áreas do município, como os índios Catawixi, os quais vivem na área de influência do rio Mucuim[11]. Sabe-se também que entre os municípios de Pauini, Tapauá, [12]Canutama e Lábrea, consta a presença de mais sete povos [13], entre eles os Suhuarás, "o Povo do Veneno" [14]. Homens como Gunter Kroemer, antropólogo, indigenista, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI)[15], lutam pela sobrevivência dessas populações.

Canutama na Segunda Guerra Mundial

O município contribuiu com homens, os quais se integraram ao exército brasileiro e aos aliados para salvar o mundo livre durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, muitos dos moradores do município são descendentes de"veteranos".

De acordo com alguns veteranos, o "contingente canutamense" partiu em um navio-motor (alguns dizem ter sido o navio "Jota Leite") e chegou a Manaus. Já na capital, eles teriam passado por treinamentos e adestramentos, como tiro ao alvo e outras técnicas. Como a guerra já se aproximava do fim, quando partiram, o mais próximo que chegaram do "olho" do conflito mundial foi até à Guiana Francesa, para de lá embarcarem em navios e atravessarem até a África. O que, de fato, não ocorreu.

Saúde

Canutama conta com uma boa estrutura em termos de baixa e média complexidade em saúde. O maior estabelecimento de saúde presente na cidade é a Unidade Mista de Canutama. Trata-se de um hospital de média complexidade, que conta com 2 leitos para ginecologia, 7 leitos para Clínica Geral, 3 leitos obstétricos e 4 leitos pediátricos. Conta com serviços especializados, pelo SUS, como o Serviço de Diagnóstico por Imagem, o Serviço de Diagnóstico por Laboratório Clínico (bioquímicos, coprológicos, hormonais, genética, uroanálise, líquidos biológicos, hematológicos, imunoematológicos, microbiológicos, toxicológicos, radiologia) e Serviço de Urgência/Emergência. A Unidade também tem capacidade de atender pacientes de hemoterapia a nível ambulatorial.

O fluxo de pacientes decorre do atendimento de demanda espontânea, ou seja, da sede da cidade, bem como da zona rural do município. [16]

Quando deparado com problemas de saúde de alta complexidade, os pacientes são encaminhados para a Manaus, ou, às vezes, para municípios vizinhos, como Lábrea, inclusive Porto Velho, em Rondônia.

A Unidade Pública passou alguns anos funcionando em estado precário, com locais e instalações improvisados. No entanto, há alguns anos ganhou modernizações, tornando-se em uma das unidades mais bem estruturadas de todo o interior do Amazonas.

Economia

Como a grande maioria dos municípios brasileiros de pequeno porte, a economia de Canutama baseia-se no setor terciário. A cidade possui muitos comércios de pequeno porte, mantidos por habitantes da cidade e que influenciam bastante na economia. O funcionalismo público na cidade detém mais da metade da representatividade da economia. As raras exceções vem de pequenos empreendedores que chegam à cidade, montam negócio e conseguem se estabelecer. Exemplo dessa exceção são os chamados "marreteiros" (pessoas que, em regatões ou navio-motor, chegam aos municípios ribeirinhos e aproveitam a temporada anual de festejos para vender os seus produtos— geralmente roupas, calçados e outras novidades). Outros que fazem a economia da cidade girar são os funcionários do Estado, especificamente os professores e os profissionais da saúde. Além destes, há pequenos empreendedores locais (mercados, lanches, bares etc), agricultores, com o plantio de mandioca, abacaxi, cana-de-açúcar, feijão, milho, banana, abacate, laranja, limão etc.

Agricultura

Geralmente as plantações que subsidiam a cidade estão localizadas ao longo do Rio Purus, mais precisamente próximas às praias. Se bem que há uma região onde essas plantações se concentram: nas áreas de várzeas, onde hoje encontra-se grande parte da pouca população do município. Essas áreas de grande predominância da agricultura são chamadas pelos habitantes da cidade de "Varador".

O "Varador" é uma espécie de estrada que, partindo da sede da cidade, se estende até uma região de mata densa, onde se encontram muitos lagos de água preta e igarapés. É especialmente nesse lugar que é produzida a maior parte da farinha de mandioca que abastece a cidade.

Muito pouco de tudo o que o município produz, em termos de agricultura, não se destina ao comércio, mas ao consumo local, não tem significado econômico.

Pesca

Em termos de pesca, o Rio Purus é um dos mais abundantes da bacia amazônica, concentrando grande variedade de peixes, como pirapitinga (Piaractus brachypomus)[17], pacu (Mylossoma spp.), mapará (Hypophthalmus spp.), jaraqui, surubim, sardinha (Triportheus spp.), matrinxã (Brycon spp), dourados, aruanã (Osteoglossum bicirrhosum), pirararas, mandim (provavelmente, o mais conhecido do povo local, embora muito pouco se ouça falar dele fora da cidade), acari-bodó, tucunarés, acarás, tambaquis etc.

Assim como na agricultura, a atividade de pesca em Canutama não possui significado econômico.

Geografia

Hidrografia

Canutama fica às margens de um dos maiores rios do Mundo: o Rio Purus. O Purus constitui praticamente uma bacia, onde nos municípios da sua calha [18] recebem vários afluentes e confluentes [19]. Em Boca do Acre - Lagos da Santana e Anuri, Igarapé Natal e rio Inauini; Em Lábrea - rios Acimã, Tumiã, Ituxi, Sapatini e Passiá; Em Pauini - rios Pauini, Teuini e Inauini; Em Tapauá - lago do Aiapuá e rio Ipixuna; E em Canutama - rio Mucuim e Ipixuna. [20]

Demografia

Sua população estimada em 2009 era de 11.948 habitantes.

Cultura

No município, o maior marco cultural ocorre durante os Festejos de São João Batista, padroeiro da cidade, que acontece no mês de junho. Durante um período de quase um mês, a cidade realiza a festa, que também atrai turistas vindos de Manaus, Porto Velho, Rio Branco e outras cidades próximas.

Bem no centro da praça de Canutama há erguida uma imagem de aproximadamente uns 4 metros de altura, representando Jesus Cristo de braços abertos (uma réplica em tamanho menor do Cristo Redentor).

Educação

A educação no município deve muito aos Irmãos Maristas. Vindos principalmente do Sul, dirigiram por anos uma das duas Escolas Estaduais da Cidade.uma dessa Escola funciona O Ensino Fundamental e Médio, que tem como Responsável o diretor João Batista Amorim de Almeida e o Municipio Mantém o Ensino Regular de 1 a 4 série através da Prefeitura Municipal de Canutama.

Transporte

Os meios de transporte mais comuns para se chegar até Canutama são os barcos, usando as vias fluviais. A duração em média dessa viagem é de 4 a 5 dias; de avião a viagem dura em média 2 horas.

Quem nasce em Canutama é canutamense
Fonte: Wikipédia
Previsão do tempo em Canutama/AM

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